Da fatalidade nasce a ironia...


Há cerca de um ano atrás denunciei, através do ArqueoBeira, um atentado ao património arqueológico ocorrido entre Belmonte e Caria, no sítio arqueológico romano da Quinta da Fórnea.

Na altura, o novo dono do terreno, onde se situam os restos desta villa romana do Séc I ou II que inclusive levou ao desvio do traçado original da A23, decidiu surribar toda a zona envolvente que ainda não havia sido alvo de pesquisas arqueológicas, arrasando estruturas ainda soterradas, com vista à plantação de um pomar.

Desde o proprietário até ao IPPAR, passando pela Câmara Municipal de Belmonte, todos imitaram o tranquilo Pilatos, lavando as mãos de tão incómodo assunto e o assunto morreu como tantos outros semelhantes.

Contudo, a ironia pode por vezes manifestar-se sob formas perfeitamente inusitadas e também aqui isso aconteceu quando, há menos de 2 semanas, um incêndio que devastou a serra da Esperança, se propagou a esta zona e dizimou o pomar, que entretanto se vira invadido de vegetação silvestre por incúria do proprietário que já não se encontrava, pelos vistos, imbuído do primitivo espírito laboral de outrora.

Nem pomar, nem ruínas... Assim termina o caso da Quinta da Fórnea. Diem perditim...

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