Semanas agitadas...

Não tem sido fácil arranjar tempo para me sentar e escrever e sinto falta disso. Contudo, como têm corrido os últimos dias (melhor dizendo, todo o mês de Fevereiro) também não tenho tido ocasião para pensar o assunto.

Com o meu tempo já dividido entre a Ensiguarda e o Inftur, recebi uma proposta para dar formação em horário pós-laboral, 3 dias por semana, também na Guarda. Normalmente, quando a proposta não mexe com o meu horário laboral, tenho uma certa dificuldade em dizer não até porque, como diz o meu pai, há que aproveitar o que se pode porque amanhã podemos não o poder fazer.

Se por um lado a experiência acabou por ser um oportunidade de avaliar os meus limites (andei lá perto), apesar do cansaço, por outro lado fui privado de várias coisas importantes que me fizeram questionar se isto realmente vale a pena.

Senti isso quando apenas consegui ir visitar o meu pai ao hospital após quase uma semana de internamento e apenas o consegui fazer uma vez até ele finalmente ter saído, e depois quando no dia do meu aniversário trabalhei das 8h30 às 23h30 para depois preparar chegar a casa e preparar o trabalho do dia seguinte.

Se por um lado é gratificante sentir que o meu trabalho é valorizado e convivo com a necessidade permanente de fazer qualquer coisa, por outro lado vivo sempre com a sensação de estar a passar ao lado de algo, como se estivesse numa estação a ver chegar a partir comboios, com uma emimente sensação de esterilidade emocional indesejada.

Comentários

Anónimo disse…
"há que aproveitar o que se pode porque amanhã podemos não o poder fazer."
o teu pai até tem razao, mas isto nao se aplica so ao trabalho, ok?... pelo menos fiquei contente de te "roubar" 40min do teu tempo :)))

beijinhos.
Visconde disse…
Está a fazer-te falta um encontro TF / 3D...
David Caetano disse…
Ora! Isso é que era uma actividade com brio!!
Anónimo disse…
"Trabalho e Descanso na Justa Medida

A mente não se deve manter sempre na mesma intenção ou tensão, antes deve dar-se também à diversão. Sócrates não se envergonhava de brincar com as crianças, Catão aliviava com vinho o seu ânimo fatigado dos cuidados públicos e Cipião dançava com aquele corpo triunfante e militar (...) O nosso espírito deve relaxar: ficará melhor e mais apto após um descanso. Tal como não devemos forçar um terreno agrícola fértil com uma produtividade ininterrupta que depressa o esgotaria, também o esforço constante esvaziará o nosso vigor mental, enquanto um curto período de repouso restaurará o nosso poder. O esforço continuado leva a um tipo de torpor mental e letargia. Nem os desejos dos homens devem encaminhar-se tão depressa nesta direcção se o desporto e o jogo os envolvem numa espécie de prazer natural; embora uma repetida prática destrua toda a gravidade e força do nosso espírito. Afinal, o sono também é essencial para nos restaurar, mas se o prolongássemos constantemente, dia e noite, seria a morte.

Séneca, in 'Da Brevidade da Vida'"

Vê lá se descansas um pouco! bj