Moedas com história - I

Inicio aqui um série de posts dedicados à numismática, e sobre a forma como é possível conhecer um pouco da história através das moedas.

O valor das moedas não reside só no seu valor intrínseco, seja ele pequeno ou elevado, mas reside também na história que cada moeda conta, história essa que alcança a dimensão que a nossa própria curiosidade permite. Quem a cunhou? Quando? Onde? O que significam as suas inscrições? De que é feita?

O primeiro exemplo é uma curiosa moeda palestiniana de 1927. Esta moeda veio-me parar às mãos por volta de 1988 e foi-me oferecida por um colega, entretanto falecido, como reconhecimento por o ter deixado copiar num teste de uma disciplina da qual não me recordo.



5 MILS - Palestina, 1927
Moeda cunhada pela administração britânica do território da Palestina

Metal: Cuproníquel (liga comum de 75% Cobre e 25% de níquel)

Diâmetro: 2 cm (0,7 cm de diametro do orificio)

Anverso: Valor facial de 5 Mils, com legenda com caracteres europeus, hebraicos e árabes

Reverso: Inscrição "Palestina 1927", com data em numeração árabe e hebraica, e "Palestina" escrito com caracteres europeus, hebraicos e árabes

Contexto histórico: Embora actualmente o território da Palestina seja aquele considerado como o correspondente ao Estado da Palestina (Faixa de Gaza e Cisjordânia), históricamente o território da Palestina corresponde ao agregado do Estado de Israel com o do Estado da Palestina.

Tendo sido um território sucessivamente ocupado por potências estrangeiras (Egipto, Assíria, Babilónia, Pérsia, Macedónia, Roma/Bizâncio, Árabes...) desde a Antiguidade, o termo Palestina tem a sua origem no povo Filisteu (Pelashet) sendo conhecido como Pelashtim (Terra dos Filisteus).

Sendo parte do Império Otomano de 1517 até 1918, o território da Palestina cai em poder do Reino Unido no final de I Guerra Mundial, na sequência da Declaração de Balfour na qual se promete uma nação para o povo judaico (ao mesmo tempo que apelam ao nacionalismo árabe para o estabelecimento de um estado árabe independente na mesma região de modo a fragilizar o Império Otomano, aliado da Alemanha), ficando sob administração civil britânica a partir de 1920. Esta dualidade de compromisso irá gerar um dos mais graves conflitos actuais no Médio Oriente.

A administração britânica cessará em 1948 coincidindo com a proclamação do Estado de Israel ao qual se opuseram os vizinhos novos países árabes pois Israel propõe-se a ocupar zonas para além do território estabelecido pela ONU.

Uma coligação militar árabe entra então em acção para salvaguardar os interesses da maioria árabe na região, os palestinos, iniciando o conflito israelo-árabe que se arrasta até hoje.



Comentários

David Caetano disse…
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