Viana do Castelo


A chegada a Viana do Castelo coincidiu com a tradicional Romaria da Senhora da Agonia. Esta romaria é apelidada pelas gentes do Minho como a maior romaria de Portugal e, pelo que constatei, se não o for, não deverá andar longe da verdade. A agitação, o movimento e o número de pessoas que por aqueles dias encheram as ruas foram realmente impressionantes.

Por outro lado é interessante ver o nível de adesão dos vianenses a estas festas. Só para a procissão da Senhora da Agonia, por exemplo, grupos de pessoas passam a noite em claro para construirem os tapetes de sal tingido que cobrem algumas das ruas mais típicas da cidade. É sobre estes tapetes, respeitados religiosamente (passe a redundância), que passarão depois os andores dos santos no seu regresso da Procissão ao Mar, a parte do seu trajecto onde são transportados sobre água, com passagem pela foz do Lima e perante as bancadas do público instaladas à beira-rio.



Outro momento alto foi o cortejo etnográfico onde, durante quase 2h, foi possível descobrir uma Viana do Castelo com profundas ligações tanto ao mar como à ruralidade, desmistificando bastante a ideia de aristocracia que eu tinha da cidade.

Outro dos momentos importantes da festa é o concurso dos "Zés Pereiras", grupos de instrumentos de percussão, bombos e tambores, aos quais se juntam concertinas e gaitas de foles. Confinados na Praça da República, o som que os cerca de 12 grupos produzem em simultâneo torna-se ensurdecedor. Se juntarmos a isso os gigantones, enormes figuras "tripuladas" por uma pessoa, que dançam ao ritmo da música, o cenário torna-se avassalador.


Aconselho vivamente a visita a Viana por estes dias, embora os constrangimentos no tráfego e estacionamento sejam uma constante. No próximo ano lá estaremos novamente!

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