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A notícia de abertura de todos os noticiários foi hoje aquilo que já todos adivinhavam desde há muito tempo: Cristiano Ronaldo, o atleta metrossexual mais famoso do planeta, foi eleito melhor jogador do Mundo pela FIFA.

Na RTP1, passada a profusão de imagens onde, mais uma vez, as "Ronaldas" mereceram o seu habitual quinhão de mediatismo (bem merecido porque, afinal, uma tem uma loja de roupas e a outra diz que canta), o telejornal prosseguiu para um tema preocupante: o isolamento a que estão ainda votadas por causa do nevão do fim-de-semana, algumas aldeias, colocando especial enfoque em Carvalho de Rei, uma aldeia do concelho de Amarante, onde o próprio presidente da Junta em veículo TT assegurou o transporte dos habitantes.

Subitamente, a reportagem é interrompida para voltar à Suiça pois, atentai portugueses, Cristiano Ronaldo preparava-se para prestar declarações ao país. Então, de voz embargada e com a eloquência que o caracteriza, Ronaldo afirmou ao microfone da RTP1 que estava muito contente, que era o dia mais feliz da vida dele, que queria dedicar o prémio à família e aos amigos e que, para além disso, estava muito contente e era o dia mais feliz da vida dele.

No regresso ao estúdio, o anúncio de uma notícia que daí a pouco iria ser transmitida, relacionada com a tomada de posse de Barack Obama: o quase presidente dos EUA estava indeciso quanto ao cão a levar para a Casa Branca mas havia excelente possibilidades de a escolha vir a recair num exemplar de Cão de Água português. Portugal em grande, portanto, na política internacional.

Passado algum tempo, lá voltavam as desinteressantes notícias sobre o isolamento de algumas localidades onde a população continuava sem ter acesso a medicamentos, médicos, alimentos essenciais e as crianças sem poderem ir à escola. Boring...

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