Mais do mesmo...

Chamem-me herege se quiserem mas ver televisão em determinadas alturas do ano, como a Páscoa e o Natal, é algo penoso pelo infindável desfilar de mini-séries, documentários e filmes dedicados à vida de Jesus Cristo.

Em primeiro lugar trata-se de uma história da qual, desde o primeiro momento, já conhecemos o final: os judeus ricos apanham o JC à traição, graças a um agente infiltrado cujos honorários são pagos pelo erário público, acusam-no de ser subversivo e entregam-no aos romanos que o crucificam ao mesmo tempo que um assassino apanhado em flagrante é enviado para casa (com a vantagem de não estar sujeito a termo de identidade e residência). Nada de original, portanto. A única coisa que ainda vai mudando é o formato da cruz e o aspecto do protagonista embora aqui se continue, com uma teimosia inexplicável, a optar por alguém com feições o mais caucasianas possível quando, de aspecto caucasiano, à época, só se encontravam por ali os já referidos romanos. 

Já agora, uma vez que Portugal se assume como um estado laico onde existe uma separação oficial (talvez ainda não mental) entre Estado e Igreja e, já agora, para variar um bocadinho, para quando uma mini-série ou um documentário sobre Buda, Maomé ou Martinho Lutero? Isso sim seria serviço público, sem discriminação de credo ou religião.

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