20º aniversário do Massacre de Tiananmen


Reportagem BBC, 4 de Junho de 1989

Em 1989, a queda de vários governos comunistas na Europa, sublinhados pela queda do Muro de Berlim, inspirou estudantes e intelectuais na China para, a 15 de Abril, na sequência do funeral de um activista pró-democracia, cerca de 1 milhão de chineses concentraram-se durante 7 semanas na Praça de Tiananmen chamando a atenção do Governo Chinês para a necessidade da implementação de medidas pró-democráticas de liberdade de imprensa e de expressão.

No final de 7 semanas, o Governo Chinês demonstrou o que achava da ideia de democracia e ordenou ao exército que pusesse termo à "insurreição" carregando sobre os manifestantes de Tiananmen. Ao todo, a Cruz Vermelha estima que tenham perdido a vida mais de 2.500 pessoas, contrariando fontes governamentais chinesas que referem pouco mais de 200 vítimas.

Na altura, ao assistir às noticias que diariamente chegavam da China pela comunicação social, cheguei a alimentar a esperança de que também aí viessem a ser implementadas reformas no sentido de pôr termo à Governação ditatorial imposta pelo regime comunista. Esta minha esperança era ainda mais legitimada pelo "mágico" final da década de 1980 no qual a Cortina de Ferro havia finalmente sido levantada permitindo o reencontro da Europa consigo própria. Infelizmente estava errado.

No 20º aniversário do "Incidente de Tiananmen" o Governo Chinês mostrou que as reformas democráticas estão ainda longe ao interditar vários sites de redes sociais de modo a, certamente, evitar ideias perniciosas e prejudiciais à moral do povo.


A imagem que fica:

O herói anónimo que enfrentou uma coluna de tanques


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