2 meses depois de ter sido encontrada e entregue ao CERAS - Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens em Castelo Branco, a Garça-Boieira foi finalmente devolvida à natureza.
No Centro foi tratada e alimentada, conseguindo recuperar de uma ferida provocada por um disparo, de uma luxação numa pata e tendo ainda sido desparasitada.
Recuperada e em forma, uma vez que pôde treinar o voo nas instalações do CERAS, a Garça-Boieira viajou pela última vez de carro (assim o esperamos) até ao Fundão, para ser libertada, não sem antes ter devorado um delicioso rato que, devido ao enjoo provocado pelos solavancos do carro, como se sabe um meio de transporte que faz pouco sucesso entre esta espécie, acabou por ser regurgitado.
O local escolhido para a libertação foi um que lhe é familiar, onde a sua colónia habitualmente convive com uma colónia de cegonhas que não se mostraram muito satisfeitas pela intrusão, demonstrando ruidosamente a sua objecção.
Com todos a postos, a Garça era mesmo quem demonstrava maior ansiedade e, assim que a gaiola de transporte foi aberta, não se fez rogada e logo levantou voo rumo à sua segunda vida.
Indo pousar junto aos ninhos das cegonhas, pareceu olhar em volta com ar confuso como se perguntasse “Hey! Onde está o resto da malta?”. De facto, a sua colónia, como garças-boieiras que se prezem, viajou para Sul, como sempre acontece nesta altura do ano, para nidificar. Procurar as suas companheiras será agora o novo desafio desta Garça-Boieira. Estamos todos a torcer por ela, ao mesmo tempo que esperamos que o seu GPS esteja actualizado.
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