Porque há coisas que fazem mais falta que a electricidade...


Uma das características incontornáveis do ser humano é esta peculiar tendência de só ter noção da real importância que determinadas coisas têm para si apenas quando se vê privado delas. Ontem, mais uma vez, passei por uma situação desse género quando, em simultâneo, ficámos privados de telefone e internet.

Evidentemente, os primeiros pensamentos que nos ocorrem são algo patetas como por exemplo: "Ora bolas... como é que eu trabalho agora? Olha, vou ler os mails. ... * constatação de patetice *", isto enquanto procuramos ajustar a nossa mente a uma realidade completamente anormal onde nada parece fazer sentido.

Com isto, veio-me à memória aquela senhora idosa de uma aldeia remota que, há uns anos atrás, falando a uma repórter de um canal televisivo sobre o tema da importância da televisão como meio privilegiado de entretenimento dizia "A televisão faz-me muita falta. Olhe, sei lá... Acho que preferia ficar sem electricidade do que ficar sem televisão."

Imagem tirada ali do Na Travessia da Prosa

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