Férias 2010, Parte 6 – Besançon, o Laço

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Atravessada pelo rio Doubs, Besançon é uma cidade que aprendi a apreciar e que, sempre que possível, merece uma visita. A sua geografia particular faz com que o centro histórico se encontre quase completamente rodeada pelo rio numa forma que lembra um laço. É aliás esse nome, “La Boucle” pelo qual esta zona interior é conhecida. No pequeno “istmo” de terra que resistiu ao rio, situa-se uma elevação coroada por uma imponente fortaleza.

Esta configuração geográfica, aliás, fez de Besançon um local estratégico de domínio da região ao qual nem Júlio César ficou indiferente algumas décadas antes da nossa era, tendo esta antiga povoação gaulesa sido rebaptizada de Vesontio.

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Um pouco à descarada, durante a nossa caminhada pelo perímetro da “Boucle”, entrámos em alguns locais menos evidentes nos quais foi possível descobrir alguns interessantes pormenores arquitectónicos como este:

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Em direcção ao monte que domina a “Boucle” de Besançon, passamos pela Praça Victor Hugo onde, numa das casas dessa praça e muito convenientemente, nasceu o célebre escritor, isto em aparente depreciação de uma dupla de personagens célebres que numa casa ao lado também vieram ao Mundo: os irmãos Lumière.

Subindo um pouco, encontra-se um jardim arqueológico “à inglesa” segundo as informações dos painéis ali existentes. Trata-se de um conjunto de ruínas de construções romanas dispostas em semi-círculo e que foram reconstruídas de tal forma que me traz à memória a minha sui generis criatividade na manipulação e assemblagem de peças de Lego nos primeiros anos da minha vida. Fica a foto do que está menos mal:

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A dois passos do “jardim arqueológico à inglesa” e passando sob a “Porta Negra”, na verdade um arco de triunfo romano que actualmente está em processo de limpeza e restauro, situa-se a Catedral de Saint-Jean, com a torre de campanário tão típica desta região da Franche-Comté. No seu interior encontra-se o túmulo de Ferry Carondelet ao qual já aqui apontámos o dedo… ou vice-versa.

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Na paisagem o que salta à vista é contudo a imponente fortaleza de Vauban que aqui irá merecer um artigo muito em breve pela sua fantástica posição e estado de conservação e também pelo facto de ser um exemplo do aproveitamento de um monumento histórico para outros fins turísticos, sem com isso perder a sua identidade.

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O percurso passou depois sob o monte sobre o qual assenta a fortaleza, num túnel reservado a peões, ciclistas e… barcos.

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De regresso ao ponto de partida, houve ainda tempo para passar junto a uma das construções mais antigas e características da cidade, situada junto a uma das ex-portas da cidade, na fachada da qual se percebe a fúria anti-monárquica da Revolução Francesa, que levou ao martelamento das armas reais, e ainda uma inscrição de regulamentação de trânsito: “É proibido trotar”.

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Foto aérea: BESANÇON.FR

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